quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Biomonitoramento

Pesquisa, que terminará em 2012, quer descobrir como poluição afeta a Mata Atlântica
Quatro espécies de plantas, com níveis diferentes de tolerância à poluição, estão sendo usadas para medir o impacto dos poluentes na região de Cubatão, no litoral Sul paulista. A ideia da pesquisa, realizada desde 2009 pelo Centro de Capacitação de Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema) da Escola Politécnica (Poli) da USP, em conjunto com o Instituto de Botânica (IBT), é verificar como isso tem afetado os espécimes da Mata Atlântica.

No biomonitoramento são usadas quatro espécies de plantas, com níveis diferentes de tolerância, que podem indicar a concentração dos poluentes. Duas delas são protocoladas internacionalmente como indicadoras para essa atividade: o azevém (Lolium multiflorum), um tipo de gramínea, e o tabaco (Nicotiana tabacum). A primeira consegue acumular boa parte dos poluentes do meio, enquanto a segunda é extremamente sensível ao ozônio – o que se traduz por meio de danos visíveis em suas folhas.
Já as outras duas, o manacá-da-serra (Tibouchina pulchra), que é nativo da mata atlântica, e a goiabeira (Psidium guajava) apresentam uma boa resistência aos poluentes. Contudo, a exposição a uma grande concentração de poluentes poderia causar alterações de crescimento e acúmulo de compostos, entre outros efeitos.

Apesar de a pesquisa só se encerrar provavelmente em abril de 2012, alguns resultados já foram obtidos. Segundo a pesquisadora Marisa Domingos, do IBT, o foco é avaliar a situação de risco atual, por meio da concentração de compostos de enxofre, nitrogênio e ozônio, além de compostos orgânicos e metais pesados.
Uma das conclusões mostra que a área não oferece um risco alto às espécies mais tolerantes – foi registrado um aumento da defesa no manacá, mas a espécie não apresentou diferença nas respostas fisiológicas.
Além disso, também verificou-se uma tendência de menor acúmulo de compostos de nitrogênio em relação à pesquisa anterior (realizada entre os anos 1990 e 2000, com a mesma finalidade.).
Isso pode sugerir um aprimoramento tecnológico nos processos da Usina Termelétrica Euzébio Rocha da Petrobrás, que solicitou uma análise atualizada do impacto dos poluentes na região.

Fonte: Terra da Gente, com info Agência USP

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